Excertos do discurso de Aquilino Ribeiro na Sociedade Portuguesa de Escritores, 1963

"Morro insatisfeito. A minha obra é imperfeita e bem o sinto". (...) "A Perfeição, materializada na obra humana, no livro, na estátua, na partitura, é uma hipérbole celeste. Nunca se consegue, e quando se julga conseguir é miragem." (...) "Cultivem a inquietação como uma fonte de renovamento. E, enquanto vivermos, façamos de conta que trabalhamos para a eternidade e que tudo o que é produção do nosso espírito fica gravado em bronzes para juízes implacáveis julgarem à sua hora".
in, Revista nº64 do Jornal do Fundão.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Entre Miquelina e Romarigães

Após ter-se apaixonado pela Senhora do Amparo, instalou-se na pensão Miquelina de onde saía todos os dias para acompanhar as obras da Casa Grande de Romarigães. Logo que os trabalhos foram avançando, não hesitou em abrigar-se num recanto do edifício, onde à noite chegou a dormir lado a lado com os trabalhadores. Na maior parte das vezes era ele quem fazia a sua própria comida, cujo leite das vacas do caseiro tomava em primeiro lugar. Antes de a casa ser minimamente habitável, Aquilino Ribeiro pernoitava na Pensão Miquelina, onde à hora do jantar, trocava impressões com o consorte da Miquelina, Senhor João, antigo marinheiro e apoiante da República. No café do Senhor Alberto Pires, também situado em Paredes de Coura, mantinha uma tertúlia regular com o Dr. Oliveira, Dr. Fonseca, Dr. Marrana, Dr. Regueiro e outros comerciantes da Vila.

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